domingo, 1 de fevereiro de 2009

Já não tenho pressa

Já não tenho pressa, a certeza me diz que chegarei sempre ao mesmo lugar, aonde todos nós repudiamos até em pensamento.
Já não tenho pressa, correr para quê, antecipar o sofrimento? Em nossos corações não há mais espaços, o loteamento está feito, a coisificação dos espaços, a disputa pela propriedade, a falta de sensibilidade, a covardia, tudo nos remete ao momento inicial, ao fruto proibido, a caixa de pandora, ao desejo do conhecimento, o querer saber sempre, o não saber dizer não...
Já não tenho pressa, o sofrimento é passageiro como também é a vida, o espírito é algo abstrato e duvidoso como também o é Deus...
Já não tenho pressa, se nem mais acredito no que meus próprios olhos me dizem, o que enxergo pode ser mera ilusão, fantasia, sonho, menos realidade.
Já não tenho pressa, pois a realidade é mera ficção e a ficção é mera realidade.
Ter pressa pra quê? Você consegue explicar?