terça-feira, 14 de junho de 2011

Vendo a grama crescer

O silêncio é verde, como a grama que teima em crescer diante de mim. Estou na rede, enquanto o balançar intermitente dita o campo da minha visão. A cada ida e vinda, um pouco da grama silenciosamente desponta da sua mais tênue escuridão, do seu mais oculto querer. Quero vê-la crescer, despontar, invadir, gritar o seu silêncio incapaz de se sobressair. As lágrimas escorrem para dentro, o soluço, ser introspectivo, internaliza, o tremor se compassa ao ritmo do coração, o medo se equivale à coragem, o olhar permanece atento, o pensamento é livre, me perco em sua liberdade... Vou amar em silêncio, como o verde crescer da grama, como o brilho ofuscante do ouro prensado e marcado com o selo do rei, vaidade e ganância dos tolos que ainda acreditam em vão deslumbramento, o abraçar do mundo em constante mutação silenciosa. 

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