sábado, 23 de fevereiro de 2008

Ora verde, amarelo, vermelho

Por um breve momento, pude acreditar na capacidade de controlar o tempo. Cada luz que se acendia provocava um efeito sombra/luz diferenciado, fazendo com que minha visão percebesse nuances diferentes em cada parede do apartamento.

O amor é um jogo feito para se perder sempre. Enquanto tentamos parar o tempo, conseguir uns segundos a mais para pensarmos melhor, os ponteiros já deram conta de toda a casa.

Passei boa parte da noite observando a janela. O sinal de trânsito combinava as cores num rítimo constante. Ora verde, amarelo, vermelho. Noutra, vermelho, verde, amarelo. Os carros passavam sem notar que eu os observava. A luz avermelhada dos postes dava um tom nostáugico as ruas.

Quando fui embora naquele dia, saíndo por uma porta e retornando por outra, quis cercar de possibilidades nossos encontros. Mal sabia eu que ficaria por muitos anos com este olhar perdido, cansado e sem esperanças...

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